
Diamanda Galas, a cantora que imantou as superfícies planas dos pianos e dos cabos de madeira de seus instrumentos, ampliando a sua sonoridade: pôs-se a voar, altitudes e nevascas. Sua voz soturna passeando sob um piano longínquo em Gloomy Sunday ou quando recitou o conto The Black Cat de E. Allan Poe, até mesmo em seus encantamentos medievais em Eclipse no disco Weird Nightmare, mas principalmente barbarizando em Sex Is Violent entre Trent Reznor e Jane's Addiction, sempre a mesma impressão: seus truques, gritos, uivos, feitiços... de uma bruxa. Está escrito no Malleus Maleficarum que as bruxas têm maior capacidade de agir através do sexo, assim elas praticam encantamento para iludir o homem e estimulá-lo ao ato sexual. Mas as bruxas são iniciadas nas artes mágicas e aprendem a fazer uma pomada especial, feita de cozido de crianças, de grande utilidade para a realização de seus sortilégios. Cozinham num caldeirão, até que toda a carne se despenda dos ossos e se transforma num caldo, mas da matéria mais sólida faz-se uma pomada, muito útil em seus ritos, em seus prazeres e em seus vôos. O vôo das bruxas é possível graças à utilização desta pomada, confeccionada com os membros de crianças, principalmente daquelas mortas no batismo: a bruxa unge um cabo de vassoura com a pomada e, assim, eleva-se ao ar durante noites e dias inteiros, podendo, além disso, tornar-se visível ou invisível conforme desejar.
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