terça-feira, 28 de julho de 2009

Rubra [Rita Lee]


A taverna era muito rústica, com uma televisão em preto e branco tremulando como uma bandeira que ninguém saudava. Os habitantes locais estavam orgulhosos demais para se interessar com estrangeiros ou turistas, mesmo que fosse uma linda ruiva com sobrenome inglês, de cafetã azul e pulseira de ouro. Ela desceu pela rampa, perfeita, com seu cabelo castanho-ruivo, seu corpo esbelto, um vestido azul qualquer, que lhe ressaltava as formas como andar, os sapatos brancos, os tornozelos finos e a juventude. Mas ela nunca ficaria exibindo o rabo numa sala de espera de aeroporto. Decidiu cantar... rock. Sem dúvida Rita Lee quebrou as barreiras sexistas dominadas por meninos. Em 1966, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, fundou Os Mutantes: criadores e criaturas da Tropicália. Mas foi expulsa da banda em 1972. A partir daí trilhou uma carreira com a banda Tutti-Frutti, lançando cinco álbuns, até que no final dos anos 70 casou-se com o guitarrista Roberto de Carvalho – fase que alcançou maior público, misturando MPB com rock’n’roll. Na década de 1960, Rita tocou percussão e teremim em shows dos Mutantes. Sob o título de maior roqueira do Brasil, ela produziu hits que emplacaram nas rádios e nos shows, em todas as fases da carreira, nos Mutantes e solo, do grupo de rock’n’roll Tutti-Frutti ao pop de Roberto de Carvalho.

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