segunda-feira, 27 de julho de 2009

Vênus de Gelo [Björk Gudmundsdottir]


Menos de 1,60 m, franjinha negra com vestido até o tornozelo, ela chegava pisando com boots pesados. Bochechas inchadas de sono realçavam a miudeza de seus olhos verdes. Debut, seu álbum de estreia, vendeu mais de três milhões de copias mundo afora. Ela atende pelo nome de ‘bétula’, um arbusto que se dá em clima frio e que, num pequeno país perto do Ártico, ganhou a tradução de ‘Björk’. O termo designa uma planta, até que em novembro de 1965, quando foi parar na certidão de nascimento daquela que se consagrou como a primeira popstar da Islândia: Björk Gudmundsdottir. O sentimento supra-sensual subsiste sob o frio, rodeado de gelo e protegido por peles. Sua sentimentalidade brilha através do gelo como princípio de uma ordem geradora, como cólera e crueldade específicas. O frio é o meio protetor, casulo e veículo. As peles mantêm seu caráter utilitário, menos por pudor do que por medo de apanhar um resfriado. Com corpo de mármore, mulher de pedra, Vênus de gelo –, elas espirram.

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