quarta-feira, 29 de julho de 2009

Girl [Juliette Lewis]


As moças são esses seres de fuga ou puras relações de velocidades e lentidões. Curioso, uma moça está atrasada por velocidade. Ela faz coisas demais, atravessa espaços demais e sua aparente lentidão se transforma numa longa espera. Não é a moça que se torna mulher nem a criança que se torna adulta, mas é a moça que se traduz em movimento, dinâmica, de uma juventude universal. Como um furacão, ela chegou correndo, sentou-se e está pronta para pedir uma bebida. Ela sabia que começou tarde com a música, então precisava recuperar o tempo perdido: lançar discos e fazer shows. Juliette Lewis ficou conhecida por ser a atriz polêmica de Assassinos Por Natureza, também por sua indicação ao Oscar de atriz coadjuvante em 1991, por Cabo Do Medo. Longe das telas, aos 30 anos criou uma banda, definida de ‘hard rock’ por ela mesma, Juliette Lewis & The Licks, com sua estreia em 2004, no EP Like A Bolt Of Lightning, seguido pelo primeiro álbum You’re Speaking My Language de 2005. O segundo, Four On The Floor, contou com a participação de Dave Grohl, líder dos Foo Fighters, na bateria. Quando começou a banda, o objetivo dela era escrever músicas energéticas e com bom ritmo, pois o luxo para Juliette foi e sempre será o show ao vivo, justifica-se, porque é algo muito elétrico, isto é, lida-se com a energia das pessoas. Em filmes tudo é mais reflexivo, analítico e solitário, num set, com sua equipe, contribui-se para contar uma história, mas a música acabou se tornando a extensão da própria Juliette. Sua banda é formada só por rapazes, cujas maiores influências vão dos épicos do Queen aos rocks psicodélicos de Tom Petty, The Clash e Neil Young. Aqui a música mais uma vez tornou-se uma forma que deve lembrar outra coisa, rebater-se sobre outra, fazer uso de outros rostos e gestos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário